quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

NOTÍCIAS QUENTINHAS DO INVERNO

Oi! Quem escreve este primeiro post de 2009 sou eu, Renato... decidimos parar um pouco com a longa hibernação imposta naturalmente ao blog para dar um olá e falar um pouco sobre o frio; um assunto que, provavelmente, já rolou ou está rolando em diversos blogs de imigrantes que vieram de lugares quentes e estão neste momento enfrentando a estação mais fria do ano em Montréal. Mas ao invés de falarmos sobre a rotina nesse período e tal, decidimos contar o périplo que foi para achar o casaco ideal para enfrentar o tão TEMÍDO INVERNO GLACIAL DO QUÉBEC, que todo mundo nos faz acreditar que é a pior coisa que existe na face da terra.

Então, logo na semana que chegamos, ali por volta do dia 16 de abril de 2008, a primavera estava acabando de começar, mas ainda era possível para tropeçar em alguns montinhos de neve aqui e acolá, e temperatura na casa dos 10 graus positivos, um pouco acima, um pouco abaixo, mas bem frio para quem saiu para a secura de Brasília e seus 34 graus positivos em média. Esse pequeno quadro fim de inverno nos fez sair para a rua como dois tontos para procurar roupas "adequadas". Afinal, nada melhor do que comprar roupas no fim de uma estação para esperar a próxima vez em que ela virá.

Se você perguntar para um québécois orgulhoso, ou até mesmo para algum imigrante mais friorento, todos vão te dizer para comprar um casaco da marca Kanuk, pois so o Kanuk serve para o frio daqui. Nós mesmos (depois de muitas pesquisas em blogs e sites) saímos do Brasil com a idéia que compraríamos um Kanuk, mesmo se o preço médio seja de 900 dólares canadenses, isso NA ÉPOCA DE PROMOÇÃO. Mas, eis que andando pela famosa Sainte Catherine, um tipo de W3 sul que deu certo, ou seja, uma rua comercial bem movimentada, nós encontramos uma loja de casacos em couro que estava liquidando o estoque pois iria fechar as portas. Entramos e olhamos dois casacos que gostamos muito. Preco normal 979 dólares. Com descontos, METADE DO PREÇO: 489,50$. Como era uma loja de árabes, não tivemos receio, começamos a pechinchar, bem à moda brasileira. Começamos = Gilberto.

Enfim, eu sei que depois de muito chorar, o tal casado acabou saindo por 375,00$ (sem taxas). Ficamos loucos e compramos, mesmo com o Simon (um amigo canadense que conhecemos por intermédio do Clériston naquele exato momento) dizendo que nao precisava, pois além de ser muito quente para quem vive na cidade e não no campo, ele era muito caro. Nisso pensamos: "Problema dele que achava caro e desnecessário, nós vamos comprar sim. Imagina! Uma pexincha 375,oo$ num casaco de couro de carneiro por fora e pele do mesmo bichinho por dentro, super quente, garantido para um frio de menos 40 e muito mais barato que um Kanuk." Negócio fechado, lá vamos nós dois felizes da vida colocar nossos BELOS E QUENTES CASACOS (feitos no Chile) dentro do guarda-roupa para enfrentar o inverno 2009.

O tempo passou, veio o fim da primavera, veio o verão quente da porra, nos obrigando a dormir com janela aberta e ventiladores ligados. Em seguida como era de se esperar veio o outono acompanhado de seus amigos: frio, vento e árvores coloridas de amarelo, laranja, vermelho e marrom. Nisso o Gilberto já tinha comprado mais duas jaquetinhas para o frio médio. Nisso, ali pelo mês de novembro encontramos uma loja na rua Saint Laurent que tambem estava em queima de estoque para fechar. Compramos dois casacos bem quentinhos de moleton, mas verdadeiras pechinchas, 30 dólares cada, preço normal 150. Imagina... brasileiro com frio aqui em casa, jamais.
Vocês acham que já acabou? (risos) Outro dia, em uma ida ao supermercado Maxxi, resolvi passar no Plaza Côtes-des-Neiges. Aí vi um sobretudo preto muito lindo, certificado para menos 35 graus. Custava apenas 125 dólares com taxas inclusas. Eu, que vivo criticando o Gilberto que gasta muito dinheiro com roupas, mas que sempre achei bacana a idéia de ter um sobretudo, não resisti e comprei. O Gilberto, que não fica para trás, ficou louco com um outro casaco de uma loja que se chama BEDO, no começo de dezembro. Estava na promoção por 70 dólares. Como ele conseguiu um descontinho adicional de 5 dólares, ça-y-est!

No final das contas agora temos mais casacos do que precisamos. Na minha rotina uso um que comprei na Suíça há 4 anos e o de moleton de 30 dólares, que é bem quentinho, vez em quando o sobretudo. E olha que já pegamos aqui em Montreal frio de menos 20 graus com sensacao térmica de menos 30. Confesso que ainda nao consegui usar o casaco de carneiro. A única vez que eu ensaiei, passei um dia infernal de calor. As calças, eu uso as minhas que trouxe do Brasil mesmo. O Gilberto já precisa da segunda pele, pois ele sente mais frio do que eu. O de carneiro, ele usou nessa semana de janeiro que ficou 5 dias com sensação de menos 30, mas no geral ele se vira muito bem nos outros dias com o mais baratinho da Bedo.

Se alguém hoje pedisse um conselho para nós, esse conselho seria: não percam tempo e espaço em suas malas trazendo todos os casacos que possam ter no Brasil, e nem saiam comprando tudo o que verem pela frente com medo do inverno sem experimentá-lo um pouco ali no fim de novembro, início de dezembro. Mesmo porque, se depois da estação começar você ainda estiver sentindo frio as promoções são constantes. Dia 26 de dezembro mesmo é o tal do boxing-day, todas as lojas com descontos fenomenais durante uma semana. Quando chega meio de janeiro é igualzinho no Brasil, um monte de promoção por todo lado, sem falar que logo logo a primavera vai chegar e os preços vão continuar caindo. As fotos deste post mostra a gente com alguns desses casados descritos, bem como das ruas repletas de neve.

Ah! Uma última dica antes de terminar o post. A segunda pele que o Gilberto usa, todo mundo dizia que era melhor comprar em lojas especializadas de esporte. Nós compramos as dele no supermercado Maxxi por 10 dólares cada peça. Boa qualidade e ótimo preço. Nas lojas especializadas as mais baratas são a partir de 28 pilas cada peca. E eu... eu espero conseguir usar meu casaco MAIS DO QUE QUENTINHO, de couro e pele de carneiro qualquer dia desses. Risos.


Abraços.

Renato Ferreira