quinta-feira, 24 de julho de 2008

UAU!!! UM MÊS....

Gente do Céu faz exatamente um mês que não escrevemos nada no blog... e o que é mais intrigante para nós é que nenhum dos nossos queridos amigos ou leitores sentiram falta de informações, tampouco mandaram emails “exigindo” notícias.

Claaaaro!!! Vocês precisam fazer isso para a gente não ficar triste, pois precisamos sentir que este é um canal de informações útil e prazeroso, não somente para os amigos e familiares, mas para aqueles que querem saber um pouco mais sobre a vida depois do tão cobiçado visto de imigrante permanente para o Québec e, principalmente, para os GAYS que não tem nenhum outro blog dedicado ESPECIALMENTE a eles sobre o assunto Imigração e Vida no Québec/Montréal.

Portanto, façam o dever de casa de vocês: escrevam, participem, perguntem o que querem saber, critiquem o texto postado, discordem de algo, mas por favor, não nos deixem assim tão carentes, precisamos de estímulo. Querem saber de uma coisa? Eu (Gilberto) acho que este foi até UM dos fatores que nos levaram a não escrever uma linhazinha sequer nos últimos tempos.


Enfim, drama feito, agora vamos retomar de onde paramos, mesmo que ninguém queira saber... kkkkkkkkkk. E para voltar com a corda toda, decidimos fazer um resumo sobre um monte de coisas que percebemos em Montréal, depois de pouco mais de três meses vivendo por aqui. Um aviso, esse post vai ser dos grandes. O post gente, o post, não anima não! risos...

Então, pode parecer mentira e algumas pessoas não vão acreditar, mas eu e o Renato (até agora) não sentimos diferença alguma da vida que levávamos aí em Brasília para a que estamos levando aqui. Claro, aqui é tudo diferente, mas familiar ao mesmo tempo. O que queremos dizer é que não ficamos impressionados ou animados em demasia por termos mudado para cá. As pessoas nos fazem falta, a língua é outra parte difícil, mas muita coisa não causou estranhamento em nós.
Por exemplo, começando pela vida profissional. Aqui estou trabalhando por opção, e não por falta dela, em um restaurante, uma pizzaria para ser mais claro. É bom esclarecer esse ponto para as pessoas não pensarem que brasileiro sai da sua terra para vivenciar o "subemprego" no exterior, muito pelo contrário. Além do trabalho, todos os dias de manhã (de segunda à sexta) têm aula de francês. O Renato também tem curso de francês e está completando um mês como assistente de pesquisa no departamento de odontologia da Universidade de Montréal (foto abaixo). Essa novidade vocês não sabiam ainda.

Mas nossa observação se relaciona mais mesmo à rotina que levamos por aqui. Estamos bem instalados, em um apartamento confortável (foto abaixo), mas não melhor que o de Brasília, ainda, hehehehe. Já temos um grupo de amigos, alguns para tomar cerveja apenas, mas outros que podemos contar para momentos mais difíceis. Isso é ótimo.

Como disse, a cerveja (que podemos traduzir para momentos de diversão) tem seu lugar garantido, assim como as horas de curtir um filminho em casa ou um almoço gostoso feito pela gente, com sabor bem brasileiro, adaptando um ou outro ingrediente que falta. Só para dar uma idéia, olha aí embaixo algumas das comidinhas que fizemos chez nous.


Outra coisa que também nos traz essa falta de estranhamento é que as coisas por aqui não são tão diferentes e perfeitas em relação às coisas que acontecem no nosso país. Outro exemplo: na programação de aniversário dos 400 anos do Québec está previsto um show com a Céline Dion para 250 mil pessoas. Detalhe, o show será gratuito. Mas no dia seguinte ao primeiro dia de distribuição de ingressos, qual a manchete que ganhou a capa dos jornais locais??? MARCHÉ NOIR DES BILLETS DE CÉLINE DION, ou seja, mercado negro para os bilhetes do show, onde neguinho estava vendendo na internet (ebay, kijiji e craigslist) os ingressos que conseguiram de graça por até 700 dólares. Para quem quiser ver a notícia por inteiro, segue um link: http://www.cyberpresse.ca/article/20080618/CPARTS04/80618062/-1/CPARTS04.

Outro dia assistimos na TV uma matéria sobre cartel nos postos de gasolina, sem falar que não é incomum acompanhar os escândalos na política e na vida privada dos artistas com pitadas de sexo, dinheiro e muita baixaria. Alguma semelhança com o Brasil? Uma outra notícia triste é que somente na cidade de Montréal existem 23 mil usuários de drogas injetáveis, mas entidades sociais discutem com o governo a possibilidade de criar "um lugar" seguro e discreto para que eles possam consumir a droga sem perigo e exposição para as crianças. Na verdade, em diversos quesitos aqui eles estão à nossa frente e dão lição de cidadania. A consciência ecológica é bem difundida entre a população. O sistema de transporte funciona bem. A cultura tem papel de destaque, com diversas atividades musicais, festivais e dezenas de museus espalhados pela cidade.

É incrível perceber que o mundo digital não substituiu por aqui o gosto pela leitura. De manhã no metrô 3/5 dos passageiros estão com jornais ou livros na mão. Mas também não se assuste se levar um pisão no pé ou for empurrado e não ouvir sequer um désolé ou pardon. Isso me dá uma raiva, afff.... Ah! Vale à pena uma visita no site da Grande Bibliothèque et Archives do Québec (http://www.banq.qc.ca/). São apenas 33 mil metros quadrados de como deve ser uma biblioteca no século XXI.



Bom... vamos finalizando esse blog, pois acho que já passeamos demais e não sabemos se conseguimos compartilhar com vocês esse sentimento “familiar” que temos experimentado por aqui. Talvez quando o inverno chegar, tudo isso possa mudar, mas o que queremos dizer é que estamos nos sentindo muito felizes com a escolha que fizemos, mesmo tendo que passar por situações diversas, mas que são barreiras naturais, que são vencidas mais facilmente quando se abre o coração para aceitar o novo, o diferente. Ah! Por falar nisso, nós já falamos do Divers Cité em três posts abaixo, que acontece agora dia 29 de julho (http://www.diverscite.org/2008/francais/index.htm). Outra dica importante para a bicharada que mora por aqui ou está vindo para uma pinta em Montréal é que entre os dias 14 e 17 de agosto acontecem as Célébrations de la FIERTÉ, do orgulho gay sabe, com a parada marcada para o domingo 17, às 13h, no Boulevard René-Lévesque Est, entre as ruas Lorimier et St-Hubert. Veja a foto do flyer abaixo e link do evento ao lado: http://www.fiertemontrealpride.com/. Mas um monte de gente já me advertiu que nem se compara com a de São Paulo, risos.

Abraços orgulhosos para todos, Gilberto e Renato.